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terça-feira, junho 12, 2007

Ousmane Sembene, cinema africano 101


Talvez por ironia da história, aquele que é considerado o primeiro filme Africano foi filmado na Côte d'Azur. La Noire de... (1966), em impecável retorno do predicamento colonial, conta a história de uma ama senegalesa tornada criada de patrões franceses, e dos dramas de viver numa Europa onde não pode pertencer. Foi o primeiro filme de um realizador africano a ser distribuido comercialmente na Europa. Ousmane Sembène, o realizador e "pai do cinema africano" , morreu este Domingo e ninguém parece ter prestado grande atenção: há 3 notícias sobre a sua morte em news.google.pt, nenhuma de fontes portuguesas (ainda não consegui encontrar uma única referência em jornais portugueses)

Para além de La Noire De, só vi Camp de Thiaroye (1988) e Faat Kiné (2000). São as histórias de um ex-veterano da 2a guerra mundial que recusara a pensão de combatente, antigo trabalhador nas docas de marselha, decidido a escrever e filmar de África à boa maneira do griot, apesar da censura e da falta de meios. O louco de Camp Thiaroye será dos personagens mais complexos da história do cinema (tanto mais que outro louco, Michael Taussig, pega nele em Mimesis and Alterity). Diop Mambety (sobretudo em 'Hienas', 1992) continua a ser o meu realizador senegalês preferido, mas Sembène é Sembène. E por isso o silêncio dos media em Portugal me faz comichão. Não sabem, inventem, não é assim?

sexta-feira, abril 27, 2007

O nongoloza, em nome de quem andei durante uns tempos por aí, morreu. A nova versão-não-beta do blogger não deve gostar de múltiplas personalidades, e algures entre entrar como nongoloza e mudar o email, matei-o. E agora ando agarrado a este fc.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Clifford Geertz (1926-2006)


Clifford Geertz, antropólogo americano que trabalhou na Indonésia e Marrocos, morreu ontem. Uns bons trinta anos mais tarde, a sua "teoria interpretativa" continua a ser uma lúcida tentativa de perceber as estruturas de significação a que alguns ainda chamam cultura. Para mim, tem sido também uma referência no métier de antropólogo. Como muitos outros, também me lembrei do texto de Clifford Geertz sobre as lutas de galos no Bali a propósito de uma cena que me aconteceu em Angola. Assim se vê a força de uma ideia. E claro, 'thick description' continuará por muito tempo como a expressão mais citada do jargão académico. Uma entrevista (versões curta e longa) aqui, via. (img)