Para os melómanos e as feministas que passarem por aqui
Partilho com vocês as minhas experiências musicais dos últimos tempos. Sem nenhuma ordem específica, de preferência ou outra. De caminho, no puro espírito da generosidade natalícia, também vos ofereço umas considerações sobre o electro-pop-feminismo (será este um blog feminista?). É que sem me dar conta, reparei que todas as bandas aqui descritas (excepto os Dead Combo, sem vocalista) têm vozes femininas.
Tracy + The Plastics
Esta é a minha descoberta mais recente e, quiçá por isso, a mais empolgante. A artista-performer Wynne Greenwood, feminista e lésbica (assim mesmo, na sua bio oficial) tem uma pica que faz a Peaches parecer uma menina de coro do electro-pop. Se esta se foi tornando uma relíquia dos tempos electro-pop em que um bocejo bem amplificado se tornava electrificante (então das Chicks on speed nem se fala) , a 'Tracy' soube reiventar-se. Ela dá-lhe onde a Peaches executa: dá-lhe com uma voz cristalina, letras inteligentes, uma batida electrónica que alimenta as suas canções sem as sufocar. Pós-punk do melhor. Tem mais 3 álbuns, todos tão obscuros como o último, o único que conheço: "Culture for pigeon". Faz questão de acompanhar os ábuns com DVD de performances que realiza. Uma artista completa, pois. Vale a pena espreitar a sua página (aqui) e alguns dos links (como este, Lesbians to the Rescue, uma revista online engraçada para quem curte manipulações artísticas).
Chegou a ser companheira de route com a Peaches e as Chicks on Speed, pelo menos em 2002 (na auto-designada "electroclash US tour"). Mas ao contrário destas, Tracy + The Plastics não se ficaram pelo electro-trash. Embora mais interessantes musicalmente, estão bastante próximas das Le Tigre. Mas ainda longe dos Adult...
The Fiery Furnaces
Cat Power
A banda sonora perfeita para um fim de tarde melancólico enquanto se beberica um chá de jasmin. Só conheço "What would the community think?", o primeiro álbum do já longínquo ano de 1996. Já lançou entretanto mais três LP (98, 2000 e 2003) e prepara-se para editar um novo álbum pela Matador Records ("The Greatest" - não confundir com greatest hits - , Janeiro de 2006). Chan Marshall, na voz e guitarra, situa-se algures entre a Joni Mitchell e um registo menos poluído dos Tindersticks, com o tom melancólico dessa compilação de covers, que até aprecio, que dá pelo nome de Nouvelle Vague. Mas ao contrário de/da Nouvelle Vague, não foi invenção de dois franceses, homens. Mais info sobre Cat Power aqui
(pela descrição do que anda a fazer agora não mudou assim tanto) "She sits at a piano or lays her guitar across her lap, and whether it’s a noisy club overflowing with drunks or a coffee house full of laptoppers, Chan Marshall draws all the attention in the room and makes the world stop spinning. As Cat Power, Marshall’s music seems to rise from nowhere, envelop the room, then vanish; listeners know they’ve been hit by something but they’re not sure what."
Dead Combo
Para que não digam que virei um chauvinista americanizado. Os Dead Combo são para mim das melhores bandas que têm saído de Portugal nos últimos tempos. Bons em Portugal como em qualquer outra parte do mundo. Já não é uma descoberta recente (o primeiro concerto que vi deles estava ainda em Portugal, no início do Verão de 2004), mas nunca é demais elogiar este álbum Vol. 1. E o próximo álbum deles promete - com participação de Legendary Tiger Man, início de 2006. Mais no blog temporário de Dead Combo.
Aprecio também o trabalho que põem na imagem da banda - a esse propósito recomendo que vejam "Cacto", um clip do último álbum (podem vê-lo no blog de quem o produziu, os "daltonic brothers") . Ainda que com uma participação muito pouco mignone do fillet, esse clip tem a grande virtude de me fazer lembrar que há boas coisas a acontecer algures entre as ruelas de Alfama e os bêbados do Bairro Alto, já que é por aí que estarei nos próximos dias.
Esta é a minha descoberta mais recente e, quiçá por isso, a mais empolgante. A artista-performer Wynne Greenwood, feminista e lésbica (assim mesmo, na sua bio oficial) tem uma pica que faz a Peaches parecer uma menina de coro do electro-pop. Se esta se foi tornando uma relíquia dos tempos electro-pop em que um bocejo bem amplificado se tornava electrificante (então das Chicks on speed nem se fala) , a 'Tracy' soube reiventar-se. Ela dá-lhe onde a Peaches executa: dá-lhe com uma voz cristalina, letras inteligentes, uma batida electrónica que alimenta as suas canções sem as sufocar. Pós-punk do melhor. Tem mais 3 álbuns, todos tão obscuros como o último, o único que conheço: "Culture for pigeon". Faz questão de acompanhar os ábuns com DVD de performances que realiza. Uma artista completa, pois. Vale a pena espreitar a sua página (aqui) e alguns dos links (como este, Lesbians to the Rescue, uma revista online engraçada para quem curte manipulações artísticas).
Chegou a ser companheira de route com a Peaches e as Chicks on Speed, pelo menos em 2002 (na auto-designada "electroclash US tour"). Mas ao contrário destas, Tracy + The Plastics não se ficaram pelo electro-trash. Embora mais interessantes musicalmente, estão bastante próximas das Le Tigre. Mas ainda longe dos Adult...
(apanhado d'algures) "In ethics, Tracy + the Plastics is a pure punk. It's about doing what the hell you want and not just blurring but breaking out and running from any confines. It's part band but one that lives in the realms of fine art as much as it does music, resulting in Greenwood's growing reputation as a respected contemporary multi-media performance artist."
The Fiery Furnaces
Já andei obcecado com esta banda de Oak Park, dos arrabaldes de Chicago. A música que tocam é contagiante, por ser tão completa. Musicalmente intocável, este duo produz algumas das letras mais acabadas que conheço. O último álbum "Rehearsing my choir" é na verdade uma história contada do princípio ao fim. Dir-me-á mais porque fala da cidade onde vivo. Admiro a capacidade que têm de produzir novos sons, brincando com as emoções de quem os ouve. Já falei deles aqui.
Cat Power
A banda sonora perfeita para um fim de tarde melancólico enquanto se beberica um chá de jasmin. Só conheço "What would the community think?", o primeiro álbum do já longínquo ano de 1996. Já lançou entretanto mais três LP (98, 2000 e 2003) e prepara-se para editar um novo álbum pela Matador Records ("The Greatest" - não confundir com greatest hits - , Janeiro de 2006). Chan Marshall, na voz e guitarra, situa-se algures entre a Joni Mitchell e um registo menos poluído dos Tindersticks, com o tom melancólico dessa compilação de covers, que até aprecio, que dá pelo nome de Nouvelle Vague. Mas ao contrário de/da Nouvelle Vague, não foi invenção de dois franceses, homens. Mais info sobre Cat Power aqui
(pela descrição do que anda a fazer agora não mudou assim tanto) "She sits at a piano or lays her guitar across her lap, and whether it’s a noisy club overflowing with drunks or a coffee house full of laptoppers, Chan Marshall draws all the attention in the room and makes the world stop spinning. As Cat Power, Marshall’s music seems to rise from nowhere, envelop the room, then vanish; listeners know they’ve been hit by something but they’re not sure what."
Dead Combo
Para que não digam que virei um chauvinista americanizado. Os Dead Combo são para mim das melhores bandas que têm saído de Portugal nos últimos tempos. Bons em Portugal como em qualquer outra parte do mundo. Já não é uma descoberta recente (o primeiro concerto que vi deles estava ainda em Portugal, no início do Verão de 2004), mas nunca é demais elogiar este álbum Vol. 1. E o próximo álbum deles promete - com participação de Legendary Tiger Man, início de 2006. Mais no blog temporário de Dead Combo.
Aprecio também o trabalho que põem na imagem da banda - a esse propósito recomendo que vejam "Cacto", um clip do último álbum (podem vê-lo no blog de quem o produziu, os "daltonic brothers") . Ainda que com uma participação muito pouco mignone do fillet, esse clip tem a grande virtude de me fazer lembrar que há boas coisas a acontecer algures entre as ruelas de Alfama e os bêbados do Bairro Alto, já que é por aí que estarei nos próximos dias.
3 comentários:
é bom saber-te tão melómano!
as navegadoras feministas picam o ponto e dizem - yeah!
melómano é o que?que gosta de melão?
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