quinta-feira, março 01, 2007

He is, get this, a smoker


A propósito deste post no Arrastão.

Andava para escrever sobre Obama há algum tempo até porque oiço falar na figura desde que cheguei a Chicago. Em 2004 candidatou-se ao primeiro mandato no senado federal e o consenso sobre Obama, nos arrabaldes de Hyde Park ali para os lados de Illinois, parecia ser esmagador. Habituei-me rapidamente ao nome: só para terem uma ideia, o salão de cabeleireiro na esquina da rua onde morava chama-se Ossama's. E aqui as coisas ficam engraçadas, porque Obama será o mais próximo a que chegarei de um putativo presidente da república dos eua. Afinal de contas, fomos vizinhos de bairro em Chicago, e -- behold! -- conheço gente que conhece gente que o conhece.



Obama é mesmo um tipo decente. Claro que parte do seu encanto vem do facto de nunca ter estado envolvido, até há 2 anos atrás, na real politik dos lobbies e consensos podres. Terá sido mais fácil manifestar-se contra a guerra quando o seu voto pouco importava. Mas os sinais estão lá de que o establishment não está disposto a largar-lhe a mão (nem ele o poderá fazer sob risco de não ter influência, leia-se $, para fazer política). Vejam este artigo, publicado na Harpers de Novembro (Obama Inc. The Birth of a Washington Machine). Ou os amigos de Obama em Chicago, como o Mayor Daley, filho do antigo Mayor Daley, eleito ontem para um sexto mandato (!) apesar de suspeito de muito más companhias. Importa isto para alguma coisa?



Sim, Obama continua a ser o my leftist e será o único político que me vai fazer sair de casa para um comício. Este Sábado vou ouvi-lo na sessão que vai dar no sindicato da função pública dos serviços do estado (AFSCME). Não é difícil imaginar que terá um discurso bem à esquerda sobre direitos laborais ou saúde. Não estará a falar para financiadores (até o termo, para não falar do conceito, soa mal em português...) ou a 'produzir consensos' com o John Mccain no senado. Mas até ver ainda não meteu a mão na poça, e o facto de estar a ser perseguido pela direita pelos motivos mais cretinos, com a questão de raça a pairar constantemente, só mostra como estão assustados com este free-lancer. Vejam este vídeo sobre os ataques da fox (ou esta reportagem na fox, a minha preferida: he is, get this, a smoker!) e decidam por vocês. E digam-me se não seria interessante tê-lo como presidente.

5 comentários:

Sara Figueiredo Costa disse...

a ideia de um presidente como este aparenta poder ser parece muito interessante... memso sabendo que depois de lá chegar, se chegar, as coisas podem ser diferentes... Mas tendo em conta as alternativas, não sobra muito para além de uma certa fezada no homem, ainda que contida, acho eu.

beijocas,
Sara

A. Cabral disse...

Tambem tu!!!??? Entre o charme e a ilusao da proximidade sao todos levados pela cantiga...

Miguel disse...

Ate ver!, mas o bairrismo vence-me aqui.

A. Cabral disse...

Se aceitares encomendas, gostava de saber mais sobre esse Mayor Daley. O Pai Daley e' de infame memoria pelo "police riot" de Agosto 1968. Do filho Daley nao sei nada, mas tresanda a dinastia.

spring disse...

olá

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paula e rui lima